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Mai20
Poesia em tempos de desassossego - Vem, Serenidade, Raúl de Carvalho
POESIA EM TEMPOS DE DESASSOSSEGO
VEM, SERENIDADE!
Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa
fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.
Vem, serenidade!
faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com que os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.
Raúl de Carvalho