Versejando com imagem - Açor, de António Osório
VERSEJANDO COM IMAGEM
AÇOR
(Fonte:- Galiza Livre)
Aveludado
carniceiro de ninhos
e pai solícito, ei-lo
afogador de um pato selvagem:
as patas submergem o amigo
da água: casco pouco
a pouco afundado, expira.
Para a margem o leva;
oculto, acutila.
E tudo viu Deus, cego.
António Osório
A Ignorância da Morte
Lisboa, Edição de Autor, 1978