30
Jul15
Poesia e Fotografia 134
POESIA E FOTOGRAFIA
POEMAS NOS DIÁRIOS DE MIGUEL TORGA
MALDIÇÃO
Quebrar a calma deste lago morto!
Fazê-lo rio, eterno caminhante!
Barco inquieto que não tenha porto,
Corpo com frio quando o sol levante!
Um pedra, talvez... Uma ironia,
Um poema, uma prece...
Mas nem Deus poderia
Salvar o que é feliz porque apodrece.
Coimbra, 20 de Julho de 1946