Grande Guerra (1914-1918) - 54
A GRANDE GUERRA (1914-1918)
E A PARTICIPAÇÃO DOS MILITARES DO RI 19 E DO ALTO TÂMEGA NO CONFLITO
PRIMEIRA PARTE
CONTEXTO INTERNACIONAL
(DA PLACIDEZ TECTÓNICA AO MOVIMENTO DAS PLACAS)
V
AS FRENTES DE COMBATE
(OU AS GRANDES ONDAS DE CHOQUE)
8.- Zona do Pacífico, Ásia, Oceânia e África (Colónias)
8.1.- Zona do Pacífico, Ásia
Entre agosto e outubro de 1914, com a colaboração das forças australianas, japonesas e neozelandesas, as colónias ou possessões alemãs - Ilhas Carolinas, Marshall, Salomão, Marianas, Arquipélago Bismarck foram ocupadas.
Cing-Tao, um enclave na província chinesa de Shantung foi a que mais lhe custou perder à Alemanha.
Em poucas semanas, a influência alemã no Pacífico, com o sonho do império colonial, esfumou-se: exigia-se a presença da Armada naval, e esta estava «amarada» aos portos da metrópole europeia.
Novos senhores do Pacífico começam a tomar conta dele - Estados Unidos e Japão.
8.2.- África
Neste continente, as operações tiveram outra envergadura. O Togo Inglês caiu a 27 de agosto. Nos Camarões, embora os franceses e belgas tivessem ocupado a costa e penetrado no interior, não conseguiram aniquilar a resistência alemã.
No Sudoeste Africano e na África Oriental Alemã não se realizaram operações importantes.
Quanto às colónias portuguesas de Angola e Moçambique, em capítulo autónomo deste trabalho, abordá-las-emos.
8.3.- Oceânia
A Terra do Imperador na Nova Guiné (protetorado alemão) - foi também ocupada.
9.- Nos Mares
Quer pelas suas posições estratégicas, quer pela dimensão da sua Armada, a Alemanha furtou-se a um confronto direto com os Aliados. Preferiu levar a cabo ações de desgaste, utilizando uma nova arma de guerra - os submarinos - quer contra os transportes mercantes, quer militares, quer civis contra os Aliados.
Os Aliados tinham assim organizado o controlo e direção da guerra naval: nos mares setentrionais (particularmente o mar do Norte), aos ingleses; o Mediterrâneo (à exceção do Mediterrâneo Oriental), aos franceses.
Em 1914, praticamente toda a marinha mercante do alto mar alemã, desapareceu dos mares. Militarmente, neste mesmo ano, as principais ações foram: a Batalha de Heligoland, a 28 de agosto; a Coronel, a 1 de novembro e Falkland, a 8 de dezembro.
Em 1915, no Mediterrâneo Oriental, como já amplamente referimos, quando tratámos da Frente do Médio Oriente, gorou-se a ofensiva inglesa e francesa aos Dardanelos.
Ainda em 1915, no mar do Norte, os alemães foram batidos em Dogger-Bank, em 24 de janeiro.
Pelo lado alemão, com o bloqueio naval dos Aliados, os alemães dão início, a 4 de fevereiro, à guerra submarina.
Face a um maior incremento da guerra submarina levada a cabo pelos alemães, os Aliados tiveram de empenhar-se em aperfeiçoar sistemas defensivos e vigiarem as rotas marítimas.
O maior encontro naval entre a esquadra alemã e britânica - Batalha da Jutlândia -, travou-se no golfo com o mesmo nome, em 1916. Muito a propósito, Norman Stone apelidou-a de uma «não batalha». Depois de se terem gastos rios de dinheiro, os alemães, para terem uma esquadra à altura da britânica; os britânicos para não ficarem atrás deles e mantendo a superioridade sobre os mares, ambas as frotas regressam aos seus respetivos portos para, durante o conflito, praticamente nunca de lá saírem.
No último dia de janeiro de 1918, a Alemanha envereda pela guerra submarina plena, tentando obter rapidamente uma decisão para o desfecho da guerra a seu favor, asfixiando a Grã-Bretanha pela não entrada de bens essenciais para a sua economia, pela destruição sistemática de todos os navios que se aproximassem da costa inglesa. Apesar das pesadas baixas, os britânicos, para além de construírem mais navios, encontraram um meio de fazer face a esta tremenda destruição: inventando sistemas de deteção de submarinos e utilizando o método dos comboios, acompanhados por meios navais de proteção.
Em resultado da guerra submarina plena e irrestrita, os norte-americanos, um dos países mais prejudicados nos seus interesses económicos com este tipo de guerra, e querendo salvaguardar o que tinham investido em empréstimos ao Aliados, declaram guerra à Alemanha.
A 13 de abril de 1917, no mar do Norte, a esquadra inglesa atacou as bases alemãs de submarinos de Ostende e Zeebougge.
No Adriático, entre 12 e 18 de outubro de 1917, a esquadra italiana fechou o Canal de Otranto e a Alemanha ocupou as ilhas do Golfo de Riga.