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28
Abr22

Versejando com imagem - Já Bocage não sou! à cova escura

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JÁ BOCAGE NÃO SOU!... À COVA ESCURA

Bocage-1

Já Bocage não sou!... À cova escura

Meu estro vai parar desfeito em vento...

Eu aos céus ultrajei! O meu tormento

Leve me torne sempre a terra dura.

 

Conheço agora já quão vã figura

Em prosa e verso fez meu louco intento.

Musa!... Tivera algum merecimento,

Se um raio da razão seguisse, pura!

 

Eu me arrependo; a língua quase fria

Brade em alto pregão à mocidade,

Que atrás do som fantástico corria:

 

Outro Aretino fui... A santidade

Manchei!... Oh! Se me creste, gente ímpia,

Rasga meus versos, crê na eternidade!

 

 Manuel Maria Barbosa du Bocage

25
Abr22

Versejando com imagem - Barca Bela, de Almeida Garrett

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BARCA BELA

Barca Bela

(Fonte:- Páginas sem poesia)

 

Pescador da barca bela,

Onde vais pescar com ela.

Que é tão bela,

Oh pescador?

 

Não vês que a última estrela

No céu nublado se vela?

Colhe a vela,

Oh pescador!

 

Deita o lanço com cautela,

Que a sereia canta bela...

Mas cautela,

Oh pescador!

 

Não se enrede a rede nela,

Que perdido é remo e vela,

Só de vê-la,

Oh pescador.

 

Pescador da barca bela,

Inda é tempo, foge dela

Foge dela

Oh pescador!

 

Almeida Garrett, in «Folhas Caídas»

22
Abr22

Versejando com imagem - Os treze anos, de António Feliciano Castilho

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OS TREZE ANOS

(Cantilena)

FB_IMG_1505403887681

Já tenho treze anos,

que os fiz por Janeiro:

Madrinha, casai-me

com Pedro Gaiteiro.

 

Já sou mulherzinha,

já trago sombreiro,

já bailo ao domingo

com as mais no terreiro.

 

Já não sou Anita,

como era primeiro;

sou a Senhora Ana,

que mora no outeiro.

 

Nos serões já canto,

nas feiras já feiro,

já não me dá beijos

qualquer passageiro.

 

Quando levo as patas,

e as deito ao ribeiro,

olho tudo à roda,

de cima do outeiro.

 

E só se não vejo

ninguém pelo arneiro,

me banho co'as patas

Ao pé do salgueiro.

 

Miro-me nas águas,

rostinho trigueiro,

que mata de amores

a muito vaqueiro.

 

Miro-me, olhos pretos

e um riso fagueiro,

que diz a cantiga

que são cativeiro.

 

Em tudo, madrinha,

já por derradeiro

me vejo mui outra

da que era primeiro.

 

O meu gibão largo,

de arminho e cordeiro,

já o dei à neta

do Brás cabaneiro,

 

dizendo-lhe: «Toma

gibão, domingueiro,

de ilhoses de prata,

de arminho e cordeiro.

 

A mim já me aperta,

e a ti te é laceiro;

tu brincas co'as outras

e eu danço em terreiro».

 

Já sou mulherzinha,

já trago sombreiro,

já tenho treze anos,

que os fiz por Janeiro.

 

Já não sou Anita,

sou a Ana do outeiro;

Madrinha, casai-me

com Pedro Gaiteiro.

 

Não quero o sargento,

que é muito guerreiro,

de barbas mui feras

e olhar sobranceiro.

 

O mineiro é velho,

não quero o mineiro:

Mais valem treze anos

que todo o dinheiro.

 

Tão-pouco me agrado

do pobre moleiro,

que vive na azenha

como um prisioneiro.

 

Marido pretendo

de humor galhofeiro,

que viva por festas,

que brilhe em terreiro.

 

Que em ele assomando

co'o tamborileiro,

logo se alvorote

o lugar inteiro.

 

Que todos acorram

por vê-lo primeiro,

e todas perguntem

se ainda é solteiro.

 

E eu sempre com ele,

romeira e romeiro,

vivendo de bodas,

bailando ao pandeiro.

 

Ai, vida de gostos!

Ai, céu verdadeiro!

Ai, páscoa florida,

que dura ano inteiro!

 

Da parte, madrinha,

de Deus vos requeiro:

Casai-me hoje mesmo

com Pedro Gaiteiro.

 

António Feliciano de Castilho, in 'Escavações Poéticas'

19
Abr22

Versejando com imagem - Graça, de Alexandre Herculano

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A GRAÇA

157377707

Que harmonia suave

É esta, que na mente

Eu sinto murmurar,

Ora profunda e grave,

Ora meiga e cadente,

Ora que faz chorar?

Porque da morte a sombra,

Que para mim em tudo

Negra se reproduz,

Se aclara, e desassombra

Seu gesto carrancudo,

Banhada em branda luz?

Porque no coração

Não sinto pesar tanto

O férreo pé da dor,

E o hino da oração,

Em vez de irado canto,

Me pede íntimo ardor?

 

És tu, meu anjo, cuja voz divina

Vem consolar a solidão do enfermo,

E a contemplar com placidez o ensina

De curta vida o derradeiro termo?

 

Oh, sim!, és tu, que na infantil idade,.

Da aurora à frouxa luz,

Me dizias: «Acorda, inocentinho,

Faz o sinal da Cruz.»

És tu, que eu via em sonhos, nesses anos

De inda puro sonhar,

Em nuvem d'ouro e púrpura descendo

Coas roupas a alvejar.

És tu, és tu!, que ao pôr do Sol, na veiga,

Junto ao bosque fremente,

Me contavas mistérios, harmonias

Dos Céus, do mar dormente.

És tu, és tu!, que, lá, nesta alma absorta

Modulavas o canto,

Que de noite, ao luar, sozinho erguia

Ao Deus três vezes santo.

És tu, que eu esqueci na idade ardente

Das paixões juvenis,

E que voltas a mim, sincero amigo,

Quando sou infeliz.

Sinta a tua voz de novo,

Que me revoca a Deus:

Inspira-me a esperança,

Que te seguiu dos Céus!...

 

Alexandre Herculano foi um poeta português nascido em Lisboa em 1810. Escreveu também teatro e romance.

Enquadra-se na época do romancismo. Para além de escritor foi historiador e jornalista.

Morreu em Santarém em 1877.

Este poema integra a antologia 100 poemas para SMS, compilada por Valter Hugo Mãe e Jorge Reis-Sá.

16
Abr22

Versejando com imagem - Lua de Londres, João de Lemos

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LUA DE LONDRES

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(Fonte:- https://www.pikist.com/free-photo-swgoz/pt)

É noite; o astro saudoso

Rompe a custo um plúmbeo céu,

Tolda-lhe o rosto formoso

Alvacento, húmido véu:

Traz perdida a cor de prata,

Nas águas não se retrata,

Não beija no campo a flor,

Não traz cortejo de estrelas,

Não fala d'amor às belas,

Não fala aos homens d'amor.

 

Meiga lua! os teus segredos

Onde os deixaste ficar?

Deixaste-os nos arvoredos

Das praias d'além do mar?

Foi na terra tua amada,

Nessa terra tão banhada

Por teu límpido clarão?

Foi na terra dos verdores,

Na pátria dos meus amores,

Pátria do meu coração?

 

Oh! que foi!... deixaste o brilho

Nos montes de Portugal,

Lá onde nasce o tomilho,

Onde há fontes de cristal;

Lá onde viceja a rosa,

Onde a leve mariposa

Se espaneja à luz do sol;

Lá onde Deus concedera

Que em noites de Primavera

Se escutasse o rouxinol.

 

Tu vens, ó lua, tu deixas

Talvez há pouco o país,

Onde do bosque as madeixas

Já têm um flóreo matiz;

Amaste do ar a doçura,

Do azul céu a formosura,

Das águas o suspirar;

Como hás de agora entre gelos

Dardejar teus raios belos,

Fumo e névoa aqui amar?

 

Quem viu as margens do Lima,

Do Mondego os salgueirais,

Quem andou por Tejo acima,

Por cima dos seus cristais,

Quem foi ao meu pátrio Douro,

Sobre fina areia d'ouro,

Raios de prata esparzir,

Não pode amar outra terra

Nem sob o céu d'Inglaterra

Doces sorrisos sorrir.

 

Das cidades a princesa

Tens aqui; mas Deus, igual

Não quis dar-lhe essa lindeza

Do teu e meu Portugal;

Aqui, a indústria e as artes,

Além, de todas as partes,

A natureza sem véu;

Aqui, oiro e pedrarias,

Ruas mil, mil arcarias,

Além, a terra e o céu!

 

Vastas serras de tijolo,

Estátuas, praças sem fim

Retalham, cobrem o solo,

Mas não me encantam a mim;

Na minha pátria, uma aldeia,

Por noites de lua cheia,

É tão bela e tão feliz!...

Amo as casinhas da serra,

Co'a lua da minha terra,

Nas terras do meu país.

 

Eu e tu, casta deidade,

Padecemos igual dor,

Temos a mesma saudade,

Sentimos o mesmo amor:

Em Portugal, o teu rosto,

De riso e luz é composto,

Aqui, triste e sem clarão;

Eu lá, sinto-me contente,

Aqui, lembrança pungente

Faz-me negro o coração.

 

Eia, pois, ó astro amigo,

Voltemos aos puros céus,

Leva-me, ó lua, contigo

Preso num raio dos teus;

Voltemos ambos, voltemos,

Que nem eu, nem tu, podemos

Aqui ser quais Deus nos fez;

Terás brilho, eu terei vida,

Eu já livre, e tu despida

Das nuvens do céu inglês.

 

João de Lemos, in «Impressões e Recordações»

13
Abr22

Versejando com imagem - Noivado do sepulcro - Balada

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O NOIVADO DO SEPULCRO

BALADA

file

Vai alta a lua! na mansão da morte

Já meia-noite com vagar soou;

Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte

Só tem descanso quem ali baixou.

 

Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe

Funérea campa com fragor rangeu;

Branco fantasma semelhante a um monge,

D'entre os sepulcros a cabeça ergueu.

 

Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste

Campeia a lua com sinistra luz;

O vento geme no feral cipreste,

O mocho pia na marmórea cruz.

 

Ergueu-se, ergueu-se!... com sombrio espanto

Olhou em roda... não achou ninguém...

Por entre as campas, arrastando o manto,

Com lentos passos caminhou além.

 

Chegando perto duma cruz alçada,

Que entre ciprestes alvejava ao fim,

Parou, sentou-se e com a voz magoada

Os ecos tristes acordou assim:

 

"Mulher formosa, que adorei na vida,

"E que na tumba não cessei d'amar,

"Por que atraiçoas, desleal, mentida,

"O amor eterno que te ouvi jurar?

 

"Amor! engano que na campa finda,

"Que a morte despe da ilusão falaz:

"Quem d'entre os vivos se lembrara ainda

"Do pobre morto que na terra jaz?

 

"Abandonado neste chão repousa

"Há já três dias, e não vens aqui...

"Ai, quão pesada me tem sido a lousa

"Sobre este peito que bateu por ti!

 

"Ai, quão pesada me tem sido!" e em meio,

A fronte exausta lhe pendeu na mão,

E entre soluços arrancou do seio

Fundo suspiro de cruel paixão.

 

"Talvez que rindo dos protestos nossos,

"Gozes com outro d'infernal prazer;

"E o olvido cobrirá meus ossos

"Na fria terra sem vingança ter!

 

– "Oh nunca, nunca!" de saudade infinda

Responde um eco suspirando além...

– "Oh nunca, nunca!" repetiu ainda

Formosa virgem que em seus braços tem.

 

Cobrem-lhe as formas divinas, airosas,

Longas roupagens de nevada cor;

Singela c'roa de virgínias rosas

Lhe cerca a fronte dum mortal palor.

 

"Não, não perdeste meu amor jurado:

"Vês este peito? reina a morte aqui...

"É já sem forças, ai de mim, gelado,

"Mas inda pulsa com amor por ti.

 

"Feliz que pude acompanhar-te ao fundo

"Da sepultura, sucumbindo à dor:

"Deixei a vida... que importava o mundo,

"O mundo em trevas sem a luz do amor?

 

"Saudosa ao longe vês no céu a lua?

– "Oh vejo sim... recordação fatal!

– "Foi à luz dela que jurei ser tua

"Durante a vida, e na mansão final.

 

"Oh vem! se nunca te cingi ao peito,

"Hoje o sepulcro nos reúne enfim...

"Quero o repouso de teu frio leito,

"Quero-te unido para sempre a mim!"

 

E ao som dos pios do cantor funéreo,

E à luz da lua de sinistro alvor,

Junto ao cruzeiro, sepulcral mistério

Foi celebrada, d'infeliz amor.

 

Quando risonho despontava o dia,

Já desse drama nada havia então,

Mais que uma tumba funeral vazia,

Quebrada a lousa por ignota mão.

 

Porém mais tarde, quando foi volvido

Das sepulturas o gelado pó,

Dois esqueletos, um ao outro unido,

Foram achados num sepulcro só.

 

Soares de Passos, in Noivado do Sepúlcro

10
Abr22

Verdejando com imagem - Beijo, de João de Deus

VERSEJANDO COM IMAGEM

 

BEIJO

sh_beijo-no-rosto_470065421

Fonte:- Beijo no rosto

Beijo na face
Pede-se e dá-se:
             Dá?
Que custa um beijo?
Não tenha pejo:
             Vá!

Um beijo é culpa,
Que se desculpa:
             Dá?
A borboleta
Beija a violeta:
             Vá!

Um beijo é graça,
Que a mais não passa:
             Dá?
Teme que a tente?
É inocente...
             Vá!

Guardo segredo,
Não tenha medo...
             Vê?
Dê-me um beijinho,
Dê de mansinho,
             Dê!

*

Como ele é doce!
Como ele trouxe,
             Flor,
Paz a meu seio!
Saciar-me veio,
             Amor!

Saciar-me? louco...
Um é tão pouco,
             Flor!
Deixa, concede
Que eu mate a sede,
             Amor!

Talvez te leve
O vento em breve,
             Flor!
A vida foge,
A vida é hoje,
             Amor!

Guardo segredo,
Não tenhas medo
             Pois!
Um mais na face,
E a mais não passe!
             Dois...

*

Oh! dois? piedade!
Coisas tão boas...
             Vês?
Quantas pessoas
Tem a Trindade?
             Três!

Três é a conta
Certinho, e justa...
             Vês?
E que te custa?
Não sejas tonta!
             Três!

Três, sim: não cuides
Que te desgraças:
             Vês?
Três são as Graças,
Três as Virtudes;
             Três.

As folhas santas
Que o lírio fecham,
             Vês?
E não o deixam
Manchar, são... quantas?
             Três!

João de Deus, in 'Campo de Flores'

07
Abr22

Versejando com imagem - À Musa, de Guilherme de Azevedo

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À MUSA

«A-Bela-Adormecida»-Pintura-de-John-Collier-1921

(Tchaikovski e a Bela Adormecida)

 

À luz das noites serenas

A capela de açucenas

Te envolve em lúcido véu!

Ao meigo clarão da lua

És a imagem que flutua

No puro ambiente do céu!

 

E os ternos suspiros soltos,

E os teus cabelos revoltos

Ao sabor da viração,

Perpassam brandos na mente

Como as brisas do poente

Na cratera do vulcão!

 

Óh santa imagem querida,

Como és bela adormecida!

Que mistério em teu palor!

Que doçura no teu canto,

E que perfume tão santo

Nas tuas cismas d’amor!

 

Deixa cair uma rosa

Da tua fronte mimosa,

Da vida no turvo mar!

Descerra-me o paraíso

Que no teu fugaz sorriso

Nos faz viver e sonhar!

 

Guilherme de Azevedo

04
Abr22

Versejando com imagem - Divina Comédia, de Antero de Quental

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DIVINA COMÉDIA

file

Erguendo os braços para o céu distante
E apostrofando os deuses invisíveis,
Os homens clamam: — «Deuses impassíveis,
A quem serve o destino triunfante,

Porque é que nos criastes?! Incessante
Corre o tempo e só gera, inestinguíveis,
Dor, pecado, ilusão, lutas horríveis,
N'um turbilhão cruel e delirante...

Pois não era melhor na paz clemente
Do nada e do que ainda não existe,
Ter ficado a dormir eternamente?

Porque é que para a dor nos evocastes?»
Mas os deuses, com voz inda mais triste,
Dizem: — «Homens! por que é que nos criastes?»

Antero de Quental

01
Abr22

Versejando com imagem - Na aldeia, Gonçalo Crespo

VERSEJANDO COM IMAGEM

 

NA ALDEIA

Foto-03

            A Cristóvão Aires

 

Duas horas da tarde. Um sol ardente

Nos colmos dardejando, e nos eirados.

Sobreleva aos sussurros abafados

O grito das bigornas estridente.

 

A taberna é vazia; mansamente

Treme o loureiro nos umbrais pintados;

Zumbem à porta insetos variegados,

Envolvidos do sol na luz tremente.

 

Fia à soleira uma velhinha: o filho

No céu mal acordou da aurora o brilho

Saiu para os cansaços da lavoura.

 

A nora lava na ribeira, e os netos

Ao longe correm seminus, inquietos,

No mar ondeante da seara loura.

 

Gonçalves Crespo, in 'Nocturnos'

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