Encontro(s) - Cena 5:- : No rescaldo do Congresso Internacional de Animação Sociocultural - Intervenção e Educação Comunitária: Democracia, Cidadania e Participação
Desde quinta à tarde e até hoje ao fim do dia estivemos em Ponte do Lima no lindo palco do Teatro Diogo Bernardes.
Ali se realizou mais um evento. Desta feita o Congresso Internacional de Animação Sociocultural sob o lema "Intervenção e Educação Comunitária: Democracia, Cidadania e Participação". Uma iniciativa que tem por detrás dois "carolas" da Animação Sociocultural em Portugal - Marcelino de Sousa Lopes e Dantas Lima.
Foi, graças a eles, que este "bicho" não só me entrou como me entranhou.
E que útil e profícuo foi - e me tem sido - para o aprofundamento da minha área de predilecção e eleição - o desenvolvimento turístico!
Por isso, fiz questão de estar presente. E também de dar o meu contributo.
Para além da comunicação que postei no post anterior deste blog, partilhada na página do Facebook de António Souza Silva, sob a designação "Apresentação Espaço público, cidadania e modernidade", tive a honra de moderar, hoje à tarde, a III Mesa Redonda com o título "Cidadania: Modernidade e pós-modernidade".
Nestes tempos de crise, de medos, depressivos, é necessário vozes que nos façam crer que outro mundo é possível. Que nos dê a esperança e nos faça acreditar num outro futuro melhor, mais democrático e com maior e mais eficaz participação cidadã.
Aqui vos deixo as palavras iniciais, por mim proferidas, aquando da abertura daquela Mesa Redonda.
"Que mundo, que sociedade é esta em que hoje vivemos?
Sabemos quais as consequências que a modernidade trouxe para a humanidade.
Sabemos também porque, em muitos aspectos, aquele projecto resvalou.
Mas, em que consiste agora a pós-modernidade, ou no dizer de alguns, a condição pós-moderna?
Será que o primado da política, da democracia e da cidadania, na sociedade, está cedendo passo ao mercado e ao capital internacional financeiro?
Será que assistimos, de uma vez por todas, hoje em dia, ao fim das grandes narrativas e que outra coisa não nos resta senão uma sociedade fragmentada, policontextual, heterárquica, de estruturas fluídas, líquidas, invisíveis e intransparentes, pairando, neste neste imenso mar de diferentes identidades, o náufrago narciso, portador de medos e sem projecto(s) de futuro e esperança?
Ou será que estamos no estertor da última fase do capitalismo (dito financeiro) e que esta crise por que passamos denuncia, agora sim, um pós, um princípio ou começo de uma nova era?
Com diferentes abordagens e com diferentes enfoques, são estes, em síntese, os grandes temas e preocupações desta III Mesa Redonda sob a designação "Cidadania: Modernidade e pós-modernidade".
Aqui se apela à necessidade de se reinventar ou do renascer da (nova) democracia.
Aqui se reivindica o primado da política e da educação na construção de espaços, ditos públicos, onde o (novo) cidadão, do século XXI, reconstrua a sua (nova) polis.
Num contexto e num processo complexo e exigente. E em que todos somos poucos para a construir, a erguer.
Contextualizando os nossos medos. Em projectos de esperança, alicerçados num efectivo conhecimento da(s) sociedade(s) e comunidade(s) em que nos situamos e vivemos.
Valorizando as identidades. Trabalhando com as diferenças".